segunda-feira, 9 de junho de 2014

SANEAMENTO BÁSICO VERGONHA NACIONAL

No tempo de João Goulart apenas uma em cada três residências no Brasil estava ligada a uma rede de coleta de esgoto. Noventa e cinco por cento (95%) do esgoto produzido pelo povo brasileiro eram lançados 'in natura' nos rios e valas. Os milicos que derrubaram Jango criaram nos anos 70 o Plano Nacional de Saneamento (Planasa), gerido pelo Banco Nacional de Habitação (BNH). São dessa época a Cedae, Sabesp e Compesa. Mas de corrupção em corrupção o problema não foi resolvido e nos dias de hoje em pleno terceiro milênio o problema se agravou. Como apenas 5% dos esgotos eram tratados em 1960 isso significa que 67 milhões de brasileiros jogavam o cocô nos cursos d'água. Atualmente, 37,5% dos esgotos são tratados, mas como somos 201 milhões de pessoas, consequentemente, 126 milhões continuam poluindo as águas dos rios com suas fezes. Apesar disso, no ritmo de hoje, segundo o economista Agostinho Vieira, de quem peguei esses números (Globo de 01/05/14) vamos precisar de mais de trinta ou quarenta anos para chegar perto de algo que possa se chamar de civilização. 
Vejamos agora o custo humanitário dessa brincadeira. No Brasil, mais de 36 milhões de pessoas continuam sem água potável. Por ano são registradas cerca de 350 mil internações provocadas por diarréia, doença tipica da falta de saneamento. São bilhões de reais desperdiçados com saúde pública. Dados do Instituto Trata Brasil dizem que com a universalização dos serviços de água e esgoto a economia com a redução de faltas ao trabalho chegaria a 258 bilhões de reais. A valorização dos imóveis chegaria a 178 bilhões. O custo estimado da universalização do saneamento básico do país é de apenas 320 bilhões de reais. Por que "apenas"? Porque o Brasil paga ao grande esquema de corrupção chamado de DÍVIDA PÚBLICA a BAGATELA DE DUZENTOS BILHÕES POR ANO.
Bastaria dar um calote nos agiotas durante dois anos. Esse esquema de corrupção não passa de um esquema pós moderno de acumulação de capital via desvio de dinheiro público para empresas privadas. Maria Lucia Fattorelli (vide Dívida Cidadã) diz que se for feita uma auditoria em nossa Dívida Pública ela seria reduzida em aproximadamente 70%. E a Constituição manda fazer isso em suas disposições transitórias, mas nem Sarney, nem Collor, nem Itamar, nem FHC, nem Lula, nem Dilma tiveram peito. Dilma tem 'peito' e tem mais um mandato pela frente. Vamos ver.
Por que o Brasil deixa seu povo à míngua, sem água limpa, e rasteja numa condição de colônia exportadora de commodities, e não se desenvolve rumo ao pódio das grandes potências? Por que em vez de usar suas economias para educar o povo para o futuro usa para pagar juros aos agiotas detentores de papeis podres? O economista Adriano Benayon explica. É que os agiotas do capital financeiro, malandramente, escreveram uma frase e inseriram essa frase, de contrabando, na Constituição. É isso mesmo que ele diz: os agiotas introduziram à revelia do Congresso, um dispositivo na Constituição que manda justamente PRIVILEGIAR o pagamento dos juros da dívida. Por isso o governo deixa o povo morrer doente, e até privatiza patrimônio público para poder pagar 200 BILHÕES por ano à oligarquia financeira anglo-americana.
Finalizo com um detalhe tétrico. Os traficantes de açúcar aproveitam nossas 350 mil vítimas de diarreia para fazer propaganda do "soro caseiro" (uma colher de açúcar e uma pitada de sal num copo d'água).

segunda-feira, 2 de junho de 2014

DECRETO 8.243. UM AVANÇO DEMOCRÁTICO HISTÓRICO

DECRETO 8.243 DE 23/05/14. UM AVANÇO DEMOCRÁTICO HISTÓRICO
A presidente Dilma encaminhou ao Congresso o Decreto 8.243 que cria a Política Nacional de Participação Social e o Sistema Nacional de Participação Social.

Esse decreto da Dilma é um tremendo avanço democrático, uma superação da nossa democracia representativa corrompida até o tutano. Abre espaço para que o povo organizado influa nas políticas públicas. Certamente Dilma "fugiu para a frente" empurrada pelas "jornadas de junho de 2013". As hienas da direita formadoras de opinião estão desesperadas. Até o Estadão já escreveu seu editorial reacionário.
Agora a gente (we the people) vai poder barrar esse processo de privatização sub-reptícia (sem licitação) que vem ocorrendo em nosso país onde se entrega a administração de hospitais, universidades públicas,e até o Teatro Municipal, etc. às tais OSs ("organizações sociais") na verdade pequenos grupos de tubarões capitalistas. O povo vai poder fiscalizar o dinheiro público e impedir a corrupção na fonte. A atual situação é completamente hipócrita: A Polícia Federal e o Ministério Público desbaratam quadrilhas, um "inquérito" é montado para inglês ver (na verdade é apenas uma peça de uma "negociação"), os corruptos ficam impunes e como diz a descendente de João Havelange: "O que tinha que ser roubado já foi".