Quando Dilma falou em médicos cubanos ela frisou que é para áreas onde os médicos brasileiros não querem trabalhar. Dizem que há prefeituras de grotões oferecendo 30 mil reais de salário para médicos. Mas os médicos se recusam a ir porque lá faltam condições de trabalho. Os médicos brasileiros são dependentes da tal "medicina diagnóstica", porque não sabem mais diagnosticar uma doença, precisam dos exames sofisticados de laboratórios. Nos grotões não tem tomografia computadorizada. Os médicos brasileiros são também dependentes da indústria farmacêutica. Seu trabalho consiste em encaixar o paciente numa doença e prescrever a droga associada a essa doença. Drogas que não faltam no repertório de 40 mil drogas comercializadas pelas farmacêuticas. A medicina cubana trabalha com uma lista de "medicamentos essenciais" composta de poucas centenas de medicamentos. A medicina brasileira também tem sua lista de medicamentos essenciais só que adulterada com a introdução de drogas impostas pelo lobby da indústria farmacêutica incluindo genérico de viagra. Nossa lista consta de 800 medicamentos. Mesmo assim essa lista de nada vale porque a Constituição garante que "saúde é um direito de todos e dever do estado". De modo que quando um médico do SUS prescreve um medicamento da lista dos essenciais, o paciente prefere a droga (patenteada e cara) da lista das quarenta mil drogas das multinacionais farmacêuticas. No Brasil já existe a classe dos "advogados de porta de farmácia" especializados em processar o SUS para obrigá-lo a pagar medicamentos como os "biológicos" cuja uma drágea custa até 50 mil reais e o tratamento 200 mil reais. Aqui no Brasil existe um esquema comensalista montado que se sustenta mutuamente de alimentos e medicamentos. A população é alimentada com uma RAÇÃO AÇUCARADA que causa várias epidemias (cárie, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, etc.) e os médicos doutrinados pelo cartel farmacêutico prescrevendo drogas. Nos Estados Unidos as MORTES IATROGÊNICAS (decorrentes de tratamento médico) já são a principal causa de mortes por doenças; câncer e doenças vasculares ficam respectivamente em segundo e terceiro lugares. E o Brasil imita o modelo de medicina americano.
Cuba devido ao covarde bloqueio americano teve que se virar e constituir uma medicina mais preventiva e se limitou aos mencionados "medicamentos essenciais", ou seja, uma medicina apropriada a condições de pobreza que é o que prevalece no interior do nosso país. Os médicos cubanos são portanto bem-vindos. A presença deles aqui terá o papel de um contraponto que talvez faça nossa classe médica começar a pensar, porque hoje está antolhada pela indústria farmacêutica
quarta-feira, 26 de junho de 2013
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